Como uma londrina (de passagem), sou obrigada a aceitar o desafio do meu irmão e comentar sobre os ataques terroristas desta manhã.

Todos estão mencionando a calma dos londrinos nos momentos que sucederam os ataques. A maioria continuou trabalhando normalmente. Quando, no meio da tarde, ficou claro que o metrô não voltaria a funcionar, foram então se encaminhando, sem muita pressa nem tumulto, para casa.

No trem que peguei, grupos de amigos conversavam banalidades, alguns homens bebiam cerveja e incontáveis passageiros tentavam resolver o Sudoko do dia . Apesar da pequena batalha travada em cada estação entre passageiros que tentavam descer e outros que tentavam subir no trem, não havia tensåo no ar. Nem se ouvia o esperado "a mulher do irmão do cunhado da vizinha do meu avô estava no ônibus que explodiu e falou que..."

Acredito que muita dessa calma tenha sido transmitida pelas equipes de emergência, que trataram do incidente com tanta eficiência. No hospital em que trabalho, por exemplo, meia hora depois da última bomba ter estourado, o pronto socorro e o centro cirûrgico já estavam livres para receber eventuais feridos, leitos tinham sido liberados, e até nós, fisioterapeutas, tinhamos um plano de ação específico pré- determinado.

Mas para muitos - eu inclusive - a ficha ainda não caiu. Ao longo da próxima semana, na medida em que os detalhes forem sendo revelados, talvez essa calma onipresente dê lugar a sentimentos mais condizentes com a situação e as imagens na televisao não pareçam tão surreais.

1 comments:

  1. Anonymous said...

    Ana, estou estarrecida com o que aconteceu, talvez por decendência italiana, com mais indignação do que os próprios londrinos, mas estou certa de que isso não abalou nem um pouco o que senti por esta cidade maravilhosa, simplismente já tenho planos de voltar no próximo ano aí pra Londres  


 

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